quarta-feira, 1 de junho de 2011

FILOSOFIA PSICODÉLICA DA LETRA - por Cronicando

                Hoje estava um dia ordinário. Tudo normal. Parei para pensar como sempre, claro.
                Pensar. Pesar.
                Tudo muda por causa de uma letra. A letra “n” de “não”, de “nada”. “n” é negação. Aqui apresentado no singular e entre aspas por ser um símbolo que representa uma ideia e não somente uma letra. Se pesar não tem “n”, ele é positivo?
                “n” é um “u” de cabeça para baixo.  Se “n” é negação, o “u” é o oposto? “u” de “universo” que se opõe a “nada”. “u” de “unidade”, um absoluto tão certo que se contrapõe ao “não”. Se pensar e pesar se opõem, porque sempre pesa meu pensar? Talvez porque falta a letra “u” de “união”, de “uníssono”. “Peusar”. Não existe esta palavra na língua portuguesa segundo Aurélio e Houaiss. Imagino que seria algo como pensar positivo.
                Afff... Onde vou com meus pensamentos?
                Parei...
                Parei. Pari.
                Tudo uma questão de letra. A letra “e” de “estancar”, de “estático”. “pari” é a conjugação do verbo na primeira pessoa em ação na geração de uma segunda pessoa. É a ação, movimento. “parei”, que também está na primeiríssima pessoa, se opõe a “pari”.  Estática versus movimento. Estagnação versus força criadora.
                O “e” é pequeno perto do “l”, ambos, quando cursivos, parecem pai e filho. O curioso é que para um bom pensar carece-se de parar muitas vezes. Estas duas palavras se apoiam? Talvez a palavra que a pouco cogitamos uma invenção, “peusar”, deveria ser escrito com “l”. “pelsar”, algo como pensar positivo em movimento. Seria um viver otimista.
                René Descartes disse uma vez para sempre: “Penso, logo existo”.
                Afff... Eu novamente devaneando.
                E por falar em devaneio, uma amiga minha, a escritora Mariana Collares que escreveu “Devaneios Literários”, disse para mim em uma oportunidade: “Penso, logo insisto”. Por mim fico com o: Penso, logo desisto. Ah! Mas é rapidinho que eu desisto. Vou desistir agora e tomar um café que é positivo e estimulante.
                Engraçado.  Mesmo estimulante “café” se escreve com “e” e não com “l”. Pelo menos não tem “n”.

8 comentários:

  1. amei o texto! Obrigada por me incluir nele! bjoooos

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  2. eu sou um súdito voluntário desse devaneio lúdico com a palavra. Adoro! Abração. Paz e bem.

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  3. adorei o universo de palavras,perfeito seus pensamentos, beijos

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  4. Muito interessante seu post!
    Vc brinca maravilhosamente com as palavras!
    Obrigada pela visita!
    Beijos!

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  5. Impressionante o jogo com as palavras!
    Simplesmente perfeito!
    Adorei!
    Grata pela visita e pelo "conselho" DEIXADO Lá no meu blog! ;-)
    Bjs!
    Déia

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  6. rsrs, muito bom! Você fez um verdadeiro quebra-cabeça dentro da minha cabeça! Fui obrigada a pensar... e a concordar! Gosto de textos assim.

    Um beijo
    Tais Luso

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  7. Instigante, descontraído, inquieto... Adoro tudo isso que escreve. És um maestro das palavras, menino. Sou do time do "penso, logo desisto", mas assim como você, logo volto a insistir.

    Obrigada por ter ido ler minhas tolices.
    Beijos.

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