sexta-feira, 26 de novembro de 2010

CRIANÇAS PRECOCES...AFFFF... - por Kenny Rosa

            Impressionante como estas crianças de hoje estão adiante no tempo com seus entendimentos.

            Diferente de outras crônica, mesmo gostando muito, não vou voltar os sentimentos do amigo leitor a um passado saudoso. Prefiro... Na verdade, preciso compartilhar uma experiência que me deixou bastante perplexo outro dia.

            Meu terceiro filho tem apenas três anos. Não me recordo da desenvoltura e coordenação motora quando eu tinha esta idade. Acho que eu estava aprendendo a andar nesta época.

            Está chegando o Natal. Momento em que a sensibilidade de qualquer criatura se extrema. Vemos corações se desdobrando para suprir as necessidades mais escusas e doridas do próximo.

            Foi neste clima que meu querido filhinho, ao fazer sua lista de possíveis presentes, pede, enquanto folheava um destes catálogos que tem de tudo, de alicate a soutien.

            - Eu quero uma mulher pelada.

            Espanto geral.

            - O quê? - Assustada, a mãe faz a temida consideração olhando para mim, claro.

            - Você precisa conversar com este menino!

            Bom! Não tinha outra opção. Fiz o que era necessário, dizendo que precisamos respeitar as pessoas e tal. Ele ouviu tudo atentamente.

            Foi o assunto da semana. A Marly, que trabalha na casa da minha sogra ao lado, adorou. Acho que nunca a vi rir tanto.

            A história não acaba por aqui. Uma tarde destas, estávamos todos na sala da minha sogra. Marly, que não podia perder a oportunidade, pergunta:

            - E aí? Já decidiu o que vai pedir ao Papai Noel?

            Foi quanto o precoce do meu filho respondeu prontamente sem altear os olhos do papel.

            - Uma mulher vestida.

            - Por quê? Não será mais pelada? - Ela corta o silêncio reticente do recinto.

            - Não. Papai falou que não pode.

            Que fique claro para o caro leitor que não foi bem isto que eu disse. Juro que me esforcei ao máximo. Pelo menos absorveu a idéia geral. Pensei.

            - Uai... E vai fazer o que com ela? - Continua Marly, não satisfeita.

            - Tirar a roupa dela. – Respondeu como quem diz o óbvio.

            Refleti novamente. Será que nem a idéia geral ficou? O certo é que para lidar com a educação destes pequenos, precisamos nos reeducar. Aprender. Porque ninguém pode oferecer o que não possui. Fica o riso, mas também a lição vinda da convivência com uma criança alegre de três anos.

            Minha maior preocupação agora. Será que nesta idade eu estava mesmo dando meus primeiros passos? Acho que estou começando agora na verdade.

Um comentário:

  1. É, Kenny, estamos precisando aumentar nosso cabedal de argumentos, pois a nova geração não veio para ficar só observando.rsrs. Eu tenho um vizinho, o Rafael, de quatro anos, dia desses lhe perguntei o que ele quer ser quando crescer e ele me respondeu que não quer ser nada. " não vou trabalhar, não vou me casar. Vou morar com meus pais o resto deminha vida. Não quero dor de cabeça" É mole? rsrs. Mas é muito bom poder desfrutar ao máximo desses momentos com a nossa prole. Meu abraço. Paz e bem.

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